terça-feira, 8 de maio de 2012

A Solução para a Crise? PP!

Não sendo especialista em nada que se aproxime de economia ou políticas macro-económias, não posso deixar de ficar meio pasmado/horrorizado com que vou vendo, lendo e ouvindo.

Já saberão certamente o quanto critico a não-responsabilização que grassa no nosso país. Aqui, ninguém é responsável pelas coisas chegarem a onde chegaram: são sempre culpa das "conjunturas internacionais" ou de qualquer outro palavreado. E até pode ser que sejam, mas seria bom ver, como na Islândia, um primeiro ministro sentado no banco dos réus num tribunal, a responder e a justificar as suas acções.

Agora, graças a uma eleição num outro país, temos quem já venha para os jornais dizer que se pode dar o dito por não dito, faltar aos compromissos assumidos e assinados há alguns meses - e também ignorar que não foi assim há tanto tempo que o seu partido estava na Governo, fez o que fez, e "fugiu" de rabo entre as pernas.

E agora, parece acreditar que já passou tempo suficiente para que todos se tenham esquecido disso, e seja altura para um regresso triunfal.

Espero bem que as pessoas, mesmo desesperadas pela "crise", não tenham memória curta - e que essa memória não tenha cores partidárias deste ou daquele partido ou indivíduo. Todos terão as suas opiniões, e as suas propostas... e o que mais interessará é que sejam íntegros e cumpram com o prometido, coisa que igualmente tem faltado ao Governo actual, que já tanto garantiu não fazer... apenas para de seguida o fazer e ainda em dose acrescida.


Mas, o assunto que cá me traz hoje é outro: é que fico pasmado como se pode estar a dizer que é preciso olhar para a frente e incentivar a economia e "outras coisas bonitas" quando... continua por resolver o real problema que nos trouxe até este momento!

São milhares de empresas a entrar em falência a cada trimestre; milhares de famílias a deixarem de poder pagar as suas dívidas... (já nem falo das que se sobreendividaram irresponsavelmente; já que com o desemprego galopante, mesmo qualquer família "responsável" está sujeita a ficar nesta situação).


Ainda hoje na rádio, uma empresa queixava-se de continuar à espera de receber um total de 10 milhões de euros de uma autarquia... sendo que algumas dessas dívidas por pagar remontam a... 2006!
E como esta existem muitas mais empresas, que cumpriram a sua parte do contrato, mas que depois: dinheiro... nem vê-lo!
Logicamente, sem dinheiro não há ordenados, não há impostos que possam ser pagos, etc. etc.

Como se pode estar a querer fomentar a economia, quando na base de tudo isto estão anos e anos de dívidas que não são pagas?


É por isso mesmo que acho que o PP seria a solução.

Não me refiro ao Partido Popular, nem tão pouco ao Paulo Portas; mas sim ao "pronto pagamento"!

Acabar-se de uma vez por todas com essa coisa dos pagamentos a 30, 60, 90, 180 dias. Queres algo, paga! Na hora!

Até admito que se pudesse criar ume entidade independente de mediação, que servisse de mediador, para garantir que o dinheiro estava lá depositado - e que seria entregue em caso de cumprimento do que estava acordado. (E assim evitando ir parar aos Tribunais, entupidos, onde as coisas se arrastam por anos e anos.)

E talvez assim se deixasse de andar a brincar com empresas - e ultimamente, as pessoas - de forma tão leviana como a que se tem feito nos últimos anos.



16 comentários:

  1. Carlos foi o teu pior POST a sério não levas a mal mas o crédito é fundamental numa economia não é o crédito desenfreado é o crédito ponto. Nem me vou esticar procurar te informar antes de falares de assuntos económicos não levas a mal mas foi um post muito mau mesmo.

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    1. Mas, eu não tenho nada contra o crédito... Tenho contra quem assume um compromisso de pagar e *não paga*.

      Créditos poderia continuar a haver sempre: pedias ao banco, ou a quem quisesses, para poderes pagar aquilo que quisesses comprar. O essencial é que esse dinheiro fosse para quem cumpriu o serviço - em vez de como agora, ficarem milhares de empresas a "arder" à espera que autarquias e Estado paguem dívidas com anos de atraso.

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  2. Como podes garantir que quem pede um empréstimo o consiga pagar realmente? Há sempre risco associado... Em especial em sectores públicos que muitas vezes pedem o dinheiro para fazer obras sem retorno financeiro... É demasiado complexo na minha opinião, mas a tua solução não iria resolver nada :-(

    Tinha um grande problema por exemplo : acabava imediatamente com quaisquer novos negócios....

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    1. Isso é análise de risco, tal como actualmente é feita pelos bancos. E assim continuaria a existir e a ser feita.

      Aqui a questão é "mais à frente" no momento de uma compra/aquisição/etc. para que se garantisse que, ao se vender algo, isso estaria automaticamente garantido que poderia ser pago... e nunca ficar "pendente" durante meses, ou anos... e até levar à falência de uma empresa que nunca tenha feito nada de mal, e que chegue a essa situação por causa dos clientes incumpridores que nunca pagaram o que deviam.

      As transações ficaram automaticamente asseguradas e garantidas - e por consequências, os bancos seriam igualmente obrigados a emprestar dinheiro com base numa análise de riscos reais, em vez de "oferecerem créditos" a torto e a direito como acontecia.

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  3. Carlos a tua resposta anula o teu post, existem imensos tipos de crédito e o errado do crédito desta crise está em APOSTAR em créditos e não em fazer créditos e financiamentos. Mais uma vez aconselho a rever o teu artigo.

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    1. Novamente, não tem nada de contraditório. O que defendo no post é um sistema que garanta o pagamento entre duas partes - o que não impede que uma delas recorra a crédito para o fazer (quem o conceder é que terá que avaliar o risco correctamente).

      Aliás, nem de propósito, ainda hoje na rádio ouvi precisamente um estudo que nos coloca na cauda da Europa no que se refere à falta de pagamento das facturas, e ao pagamento tardio das mesmas (com o Estado a ser o pior exemplo, com mais de 70 dias de atraso a pagar).

      Portanto, até que alguém me demonstre qual o impacto negativo de alguém *pagar* por algo que comprou... continuo a dizer que será um factor que deveria ser alvo de atenção, e que por consequência resolveria muitos outros problemas daí decorrentes.

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  4. Pagar a 30 dias é crédito carlos e não tem nada de errado. A maioria dos negócios só pode funcionar com esse tipo de crédito visto o preço ser menor que de um empréstimo bancário. Carlos a sério é este tipo de mentalidade que faz com que a economia portuguesa esteja na cauda da europa, essa e o de protelar os pagamentos, não motivar colaboradores etc. Pagar a crédito a um fornecedor é perfeitamente normal e economicamente útil para toda a cadeia.

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    1. Tenho que voltar a insistir: não teria nada de errado... se fosse efectivamente *pago*.

      O problema é quando não se paga.

      Daí que coloco a questão: porque motivo terão os "vendedores" que fazer o papel de entidade bancária e conceder esse "crédito"?
      Não seria melhor manter uma cadeia económica saudável, onde as transações fossem feitas a pronto, e qualquer tipo de crédito fosse feito pelas entidades competentes para isso?

      No fundo... porque motivo por cá se ficou com a ideia de que um vendedor tem que ser credor do seu cliente?

      Isso do ser útil é bastante relativo... quando em causa está a sobrevivência do mesmo, caso o cliente não cumpra com o pagamento.

      Penso que seria mais útil as coisas serem entregues e pagas, e pronto. E o risco do crédito ficasse entregue aos bancos... (Embora como se tenha visto... também isso possa não dar bons resultados, quando se admitem as especulações desenfreadas.)

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    2. Então mas essa é outra questão e estava apenas a querer que por ti chegasses lá, o risco de não recebermos uma factura existirá sempre e infelizmente em Portugla muito pouca gente sabes fazer contas simples de finanças sobre crédito concedido. O problema não está no crédito é aí que te quero fazer chegar está no uso do crédito. E volto a frisar que não é isso que dizes no artigo ao atacares os pagamentos a 30 ou mais dias que não têm nada de errado em si. A FALTA de pagamento sim, começando pelo Estado.

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  5. Mais ajudo. O que propões não é sequer novo, existem imensos instrumentos que fazem isso factoring seguros etc,

    "Acabar-se de uma vez por todas com essa coisa dos pagamentos a 30, 60, 90, 180 dias. Queres algo, paga! Na hora!"

    Esta é a frase que simplesmente não tem lógica nenhuma, isto era nos tempos do feudalismo, capitalismo com regras sim, acabar com o crédito comercial nunca. Infelizmente o caminho proposto e aceite pelas pessoas cada vez mais é mais do mesmo menos regras mais mercado.

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  6. A questão do P.P. era apenas servir como garantia de pagamento. Mas sim, no fundo refiro-me mais a algo como uma "escrow account" (não sei o termo em português).

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  7. Existem imensos instrumentos similares para isso desde garantias bancárias, fundos de garantia, etc, mas isso tudo tem custos. Por exemplo existe os seguros de crédito (os famosos seguros que nos meteram nesta alhada)onde uma empresa por uma taxa cobre o não cumprimento do cliente. Conforme o cliente conforme a taxa. Mas alguém em Portugal está disposto a ter custos para ter uma negócio seguro? Ainda oiço pessoas dizer com orgulho "não devo nada a ninguém" quando isso não é sequer um motivo de orgulho em termos empresariais. Orgulho é gerar riqueza acima dos custos de financiamento. E este custos, seguros, fundos, taxas de empréstimo, crédito comercial, risco em perdas, etc têm de ser calculado e bem contabilizados. Andam alunos a aprender gestão e finanças e depois nas empresas temos mentalidades que o crédito é uma coisa má. O crédito serve para ser gerido. Mas bem gerido não é atrasar o pagamento o mais possível. É GERIR.

    Concluindo cabe a cada um saber que custos quer incorrer e que risco quer incorrer, se uma empresa não recebe dos seus clientes devia ter feitos seguros como fazem muitas das suas concorrentes.

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  8. Só uma coisa: se não fosse permitido ter credito sem totais garantias de pagamento, ou seja, sendo mais perto do modelo que defendes actualmente, Portugal e muitos países não teriam maneira alguma de se financiar.

    Penso que o problema é mesmo do sistema económico actual do mundo que se baseia num aumento infinito da dívida. Mas isso é outro problema (ou então não...)

    Se não estou em erro para o ano já vamos sofrer mais um bocadinho ;-)

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  9. O modelo não se baseia num aumento infinito da dívida o que tem acontecido é que em tempo de crescimento económico não tem havido poupança suficiente para gastar em tempos de crise. Valores de 60-70% de divida em relação ao PIB são aceitáveis mais que isso já não, principalmente quando a dívida é externa como é o caso de Portugal.

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  10. @Nuno José: o modelo não se baseia nisso é verdade, mas o que está/tem acontecido é isso. Tendo o caso maximo o que se faz nos EUA em que a divida é tão grande e não existe preocupação nenhuma em diminui-la. De facto, a unica medida que se tem adoptado é o aumento de moeda que faz apenas "desvalorizar" a divida existente...

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  11. E eu que pensava que GOVERNO CALOTEIRO só tinha por aqui na "colônia"! KKKK... Quer dizer que tem autarquia devendo desde 2006 serviços já ralizados! Pois, pois! Concordo, quer serviço, PP nele. Ou paga ou dá garantia que vai pagar!

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