quarta-feira, 7 de março de 2012

Ensino Tendencialmente a Crédito

O amor dos nossos governantes pela educação parece estar agora a revelar a sua verdadeira dimensão, com mais de 16 mil alunos a terem que recorrer a empréstimos bancários para poderem prosseguir com os estudos - algo que me parece estar cada vez mais distante da ideia do ensino "tendencialmente gratuito" que muitos esperariam.

É certo que em tempo de crise tudo serve de desculpa para que se corte a torto e a direito, e o ensino não será excepção. Temos exemplos, como nos EUA, das universidades auto-sustentáveis e onde as propinas atingem valores que seriam capazes de causar um ataque cardíaco a qualquer estudante português... Mas será que é esse o caminho que queremos/deveremos seguir?

Por outro lado, veja-se o ridículo que estes créditos escolares são na realidade. Tratam-se de empréstimos onde o Estado serve de fiador, para que estes alunos possam frequentar cursos superiores... que quando concluidos os deixarão sem emprego como a maioria de todos os outros estudantes. Assim... como se pode esperar que esses mesmos alunos possam pagar o empréstimo?

Se o objectivo é dar créditos a quem se sabe à partida que não os poderá pagar, não seria melhor usar esse dinheiro desde logo para criar bolsas de estudo para esses mesmos alunos? Bolsas de estudo onde efectivamente o dinheiro chegasse ao destino - em vez de todos aqueles casos que se ouve de alunos que têm que abandonar os estudos por esse dinheiro chegar tarde ou nunca.

... Estaremos a caminho de uma nova idade das trevas das gerações futuras nas décadas que se avizinham? Infelizmente parece-me ser cada vez mais certo...

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