Ok, admito que é um título sensacionalista, mas é o sinal dos tempos. Lembram-se de já vos ter falado daquela nova espécie da "fauna urbana" que recentemente populou aqui a área que nem cogumelos? Sim, refiro-me aos parquímetros em Espinho.
Pois bem, hoje entraram finalmente em funcionamento, e com o preço mais elevado do país: 0,80 Euros por hora, num máximo de 2h.
A ideia é boa: evitar que os automobilistas que se dirigem a Espinho para aí apanharem comboio para o seu destino "inundem" a zona circundante durante todo o dia, tornando impossível arranjar estacionamento durante todo o dia.
O que não compreendo é como podem dizer que esta medida "foi pensada em articulação com os dois parques de estacionamento subterrâneo" que a autarquia pretende construir junto ao Centro Multimeios e à Igreja Matriz.
Ou seja: primeiro cobra-se (a peso de ouro!) e só depois é que se irá tratar de arranjar alternativas.
Quem me conhece sabe que não sou defensor dos automóveis; são, na maior parte das vezes, um mal desnecessário. Mas Espinho, assim como muitas outras cidades, começa a mostrar a palhaçada que singra em Portugal: o município investiu em criar ciclovias, apenas para as transformar em estacionamento para automóveis pouco tempo depois; agora cria lugares pagos, antes de sequer oferecer alternativas às pessoas que têm que continuar a viver as suas vidas.
Custaria muito tratar os cidadãos de forma menos estúpida? Bem sei que muitos deles não se regem pelos valores cívicos que lhes deviam ser incutidos desde cedo. Mas, se a autarquia disponibilizasse parques (os tais que irão ser construídos) e os automobilistas continuassem a abusar, aí já teria motivação concreta para colocar os parquímetros.
Desta forma, parece-me apenas mais uma maneira de "cobrar" os portugueses que tenham automóvel, quer estejam a andar ou estejam parados. E com o limite máximo de 2h, que elimina à partida o alvo apontado (das pessoas que lá deixam o veículo todo o dia) qual a justificação de ser cobrado o valor de 80 cêntimos por hora - o valor mais elevado do País? É para ajudar o comércio local a atrair clientes?
Ou então imagino que seja uma forma de atrair um novo mercado de trabalho paralelo - os "arrumadores" - que depois se encarregarão de enfiar moedinhas ao longo do dia nos parquímetros.
quinta-feira, 19 de março de 2009
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Palpita-me q eles devem querer financiar a construção dos parques de estacionamento com os parquimetros e respectivas multas.
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