quarta-feira, 20 de março de 2013
Roubar de uma Vez ou "Devagarinho"
Nem quero imaginar o que será acordar um dia e ver que das nossas contas bancárias tinha sido "retirado" (não vou utilizar a palavra roubo para não parecer muito mal) 6-10% do valor que lá tivéssemos guardado. É um cenário que parece irreal e impossível de acontecer num país dito ocidental e civilizado, integrado numa "união" europeia que devia promover o crescimento mútuo... mas foi precisamente o pesadelo com que todos os cipriotas se confrontaram.
Entretanto, já terão respirado de alívio, uma vez que este medida foi chumbada... mal sabendo eles que a factura que irão pagar a seguir será provavelmente muito superior. Se dúvidas houver, que olhem para Portugal.
Quanto gostaria eu de ter pago 6%, ou até mesmo 10%, das minhas poupanças - desde que, obviamente, a coisa se ficasse por aí! Seria o equivalente a um "choque rápido", que iria doer certamente, mas que pronto... estava feito. Da maneira que estamos, esses 6 ou 10% vão ser pagos a multiplicar, em nada suaves prestações que nos vão aos bolsos, não uma só vez, mas sim continuamente e sem fim previsto.
Por um lado, até acreditava mais na justiça de taxar todos por igual, do mais desprovido trabalhador (ou desempregado) com poucos euros no banco que mal dão para chegar ao final do mês, às contas com milhões de euros... e que por norma conseguem sempre escapar às "austeridades" que vão sendo impostas aos "outros".
No entanto, nunca acreditei que tal pudesse ir para a frente. Ainda mais sendo o Chipre um santuário anunciado para lavagem de dinheiro de interesses externos, que certamente não teriam quaisquer problemas em fazer uma "limpeza" a ministros, banqueiros, e outros que tais que se atrevessem a aliviá-los nalguns milhões de euros.
... Não se preocupem, as regras básicas da natureza continuam como sempre: a ganância de uns será paga à custa de milhões de outros. E o mais triste é que já nem o sistema tem saúde suficiente para encontrar aqueles que, sem qualquer sombra de dúvida, geriram de forma danosa (e criminosa), o nosso pequeno canteiro à beira-mar plantado que substituiu produção de bens reais pela ilusão dos serviços e especulação virtual (e pelo alcatrão pois claro! Pois se dissermos a qualquer pessoa, de qualquer parte do mundo, que no nosso pequeno rectangulo com algumas centenas de quilómetros nos damos ao luxo de construir auto-estradas paralelas a poucos km de distância, para ligar as duas principais cidades do país... certamente pensarão que estamos a gozar com eles.)
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