Escola da Fontinha

O caro sr. Rui Rio lembrou-se, após alguns anos, que havia pessoas a darem uso "indevido" à abandonada Escola da Fontinha, e vai daí... nada como efectuar uma ordem de despejo usando a força necessária.

Confesso, não estou familiarizado com este espaço colectivo autogestionado, nem que tipo de comunicações terá havido - ou não - entre eles e a câmara. E também é certo que acho errado que um qualquer grupo de pessoas "aterre" num qualquer espaço desocupado, por muitas boas intenções que tenha, sem autorização do seu proprietário ou responsável. Mas, dito isto... e sabendo-se que as actividade pró-comunitárias que ali estavam a ser feitas... não deixo de conseguir deixar algumas perguntas no ar:

Havendo tantos espaços abandonados, alguns igualmente a cargo da câmara, onde são realizadas actividades bem menos socialmente aceitáveis - desde antros de droga, a sabe-se lá que mais - porque razão não se preocupa o sr. Presidente da Câmara do Porto em começar essa suposta limpeza por aí?

Mais ainda, se o próprio Governo fala de se apropiar de terrenos abandonados cujos donos não revelem sinal de interesse em os manter em condições condignas... não será um pouco ridículo estar a tratar à cacetada uma grupo de cidadãos que simplesmente estava a fazer precisamente o mesmo: dando uso a infraestruturas abandonadas para benefício da comunidade?

Parece-me haver aqui algo de muito desproporcional na resposta dada pelo sr. Rui Rio... Mas será inevitável que eventualmente se venha a descobrir toda e qualquer "verdade escondida" que esteja na origem deste episódio...