quarta-feira, 18 de abril de 2012

Despedir à Média Europeia

É raro os dias em que os portugueses acordam para ser recebidos com boas notícias, e... hoje ainda não vai ser esse dia. Pelo contrário, os portugueses descobrem que o estado pretende reduzir ainda mais as indemnizações em caso de despedimento, que irão passar a ser de apenas 10 ou 6 dias por cada ano de trabalho.

Uma vez mais, trata-se de convergir para a importante e recorrente "média europeia" que tanto tem estado na mira... Mas que infelizmente parece olhar apenas para as médias que mais pesam aos trabalhadores.

... Sim, compreendo que seja necessário agilizar o mercado do trabalho, por forma a que patrões e trabalhadores possam adaptar-se dinamicamente às necessidades; mas penso que já nem esteja em causa a questão do valor de tal indemnização... numa altura em que muitos trabalhadores já trabalham sem receber há vários meses; e que a maioria deles, quando vai para a rua, é porque a empresa já encerrou portas e nem dinheiro tem para pagar aos credores... pelo que entre 20 ou 30 dias de indemnização que nunca vão receber, ou entre 6 ou 10... o resultado "líquido" vai ser precisamente o mesmo.

Mas, penso que talvez fosse interessante analisar as coisas boas que Portugal criou (por poucas que sejam), e que nos dão a identidade própria que temos - antes de entrarmos em correrias cegas e loucas em busca das "médias europeias". Todos os países pode - e devem - ter as suas excepções: algo de diferente em que são bons (e inevitavelmente, algo também em que não serão tão bons).

Claro que, tais "excepções" positivas não poderão ser feitas de forma insustentável como as que nos trouxaram a esta situação... Mas, com tanta coisa a ser decidida unilateralmente e que pesa directamente em cima dos contribuintes e trabalhadores; não seria igualmente benéfico que o Estado unilateralmente renegociasse também todos aqueles contratos obscenos que sugam milhões de euros dos nossos bolsos? As concessões das auto-estradas, as PPP, etc. etc

Certo é que a pouco e pouco, lá vai o desemprego chegando aos 20%... com um custo cada vez mais insuportável para toda a "máquina" do Estado, e que a cada dia nos vai aproximando de um Titanic que por muito que se diga inafundável... está em rota inevitável em direcção ao fundo do mar.



1 comentário:

  1. Mais uma falácia deste governo, assim como quando se fala nos salários médios se faz o erro de comparar meses em países com 14, 13 e 12 meses e outros com 52 semanas, aqui também se está a esquecer que temos 14 meses e não 12 (esqueçamos por agora os funcionários públicos)

    Assim 30 dias para de 14 para 12 meses dá 25 dias. o resto façam as contas

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