sexta-feira, 9 de setembro de 2011

França quer Taxa Coca-Cola

Se pensavam que a ideia de por cá se criar um imposto sobre o fastfood era ridícula, fiquem sabendo que em França se fala de criar um imposto sobre as bebidas com açucar.

Uma intenção que que já teve o resultado prático da suspensão de um plano de investimento da Coca Cola no valor de 17 milhões de euros (actualização: afinal parece ter sido apenas uma má interpretação do comunicado da Coca Cola, que diz que o investimento prosseguirá como inicialmente previsto).

Uma vez mais, parece-me ridículo querer "educar" a população por meio de aumentos de impostos. E é fácil demonstrá-lo: existem doces e bebidas açucaradas há mais de meio-século, e no entanto só nas décadas mais recentes é que se sem assistido ao surto de obesidade - e que nalguns países já é uma autêntica "praga".

Em último caso, mesmo sabendo-se que o marketing e a publicidade insistem em tentar os consumidores a "consumirem" este tipo de produtos - a responsabilidade final é de cada um de nós.


Dito isto, talvez os políticos se devessem debruçar sobre os preços obscenos da água engarrafada...

8 comentários:

  1. Não estou totalmente de acordo contigo.

    É verdade que defendo a liberdade mas se há coisas que um governo pode e deve fazer é melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes. Uma das maneiras é esta, aumentar os custos das coisas "más". O principio na realidade, e de uma maneira talvez demasiado simplista, é o mesmo das multas de velocidade. Porque é que se recebem multas de velocidade mesmo em autoestradas em que muitas vezes é completamente possível andar muito mais depressa? Porque a velocidade aumenta a probabilidade de um acidente, da mesma maneira que grandes quantidades de açúcar potenciam a obesidade.

    Possivelmente era possível andar a grande velocidade nas estradas até que começaram a acontecer demasiados acidentes e se impôs um limite de velocidade. Da mesma forma, foi possível ter acesso a todos os refrigerantes até que a obesidade se tornou um problema.

    Eu acredito que as economias é fazem evoluir as sociedades e não as sociedades é que fazem evoluir uma economia. Se não fosse assim nunca um pais subdesenvolvido poderia chegar a ser desenvolvido. Não é necessariamente sempre assim mas acredito que acontece mais vezes que o contrário.

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  2. @Salgado

    Percebo o que queres dizer, mas não penso que seja esta a forma correcta de "corrigir" seja o que for.

    Esta medida equivale mais a taxar todos os metros de auto-estrada do que propriamente as multas pelos abusos.

    É que tanto vai pagar quem abusa, como quem faz um uso racional/ocasional da "bebida açucarada".


    Para isso, mais sentido faria começarem a taxar as próprias pessoas, com base no seu índice de massa corporal! Seria bem mais justo e realista. Tem excesso de peso? Paga mais! Pimba!

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  3. Aí entravas na discriminação :s
    E favorecias injustamente o ser anorético.

    Não penso que seja o mesmo que taxar todos os metros de autoestrada. Até porque primeiro já são taxados, segundo porque existem alternativas às bebidas açucaradas.

    Na realidade, quem faz uso ocasional da bebida ou de serviço mais caro, já o faz ocasionalmente pelo que não é assim tão penalizado como os que usufruem sistematicamente por opção.

    No limite devíamos ser totalmente livres de tudo mas isso era apenas se fosse viável. Se os donos de fábricas fossem livres de contratar todos os quisessem e oferecendo qualquer valor teríamos com certeza trabalho infantil em TODOS os países (muito mais barato). Na altura em que foi abolido os donos das empresas que utilizavam crianças vieram revoltar-se! Se as crianças querem trabalhar e se nós lhe queremos dar emprego onde está o mal disto? Hoje obviamente que é uma coisa que já nem nos apercebemos que é uma limitação do estado. E é claro que como é mais do que aceite e correcta, já ninguém a questiona. No entanto nem sempre foi assim e na altura que deixou de ser legal foi fortemente contestada!

    Espero que a analogia seja oportuna. eu achei :\

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  4. Sim, mas pegando no "quem usa ocasionalmente" não vai pagar "muito" - a verdade é que quem "abusar" actualmente também já paga bem mais por isso, incluindo o IVA que vai parar aos cofres do estado.

    Quem mais consume, mais paga e contribui para o estado.

    (E atenção que não estou a defender as coisas que façam "mal", apenas me parece que estão a querer entrar por medidas um pouco absurdas, com a desculpa de que a melhor forma de educar as pessoas é fazer com que eles - o estado - recebam mais dinheiro por isso!)

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  5. Acho que se junta o útil ao agradável quando se quer implementar uma medida destas. Aumentam as receitas e contribui-se para um "bem maior".
    Em geral a fastfood e refrigerantes estão associadas a uma alimentação incorrecta e acredito que o objectivo seja realmente os dois que falei anteriormente: ganhar mais dinheiro numa altura em que nenhum governo parece ter qualquer tipo de liquidez, ao mesmo tempo que se força as pessoas a fugir uma alimentação má.

    Quanto ao facto do iva já ser superior para refrigerantes. É verdade e não sei qual foi o impacto que isso teve nas vendas. Mas é possível que tenha sido pouco.

    Ou quem sabe o objectivo inicial é apenas ganhar dinheiro num mercado com muitos clientes. Realmente não sei. Sei que o que espero que aconteça é uma alteração de costumes em relação ao fastfood e consumo de refrigerantes. E aí eu sou todo a favor.

    Tenho a impressão que estas medidas serão tomadas realmente e que um dia mais tarde, quando já forem tão naturais como a protecção do trabalho não infantil (voltando ao exemplo que dei antes), já ninguém as vai questionar.

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  6. Eu considero que se devia diferenciar era o IVA entre os refrigerante/álcool e sumos/água.

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  7. Bebam agua que é a melhor bebida do mundo. Iam ver a percentagem de diabéticos a reduzir.

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  8. Até nos próprios EUA já foi proposta essa medida, embora tenha acabado por ser rejeitada.

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