sexta-feira, 8 de abril de 2011

Portugal, o FMI e o Futebol

Deixem-me começar por dizer que nada tenho contra o Futebol - ou qualquer outro desporto, mesmo aqueles que não têm "tempo de antena" nos noticiários ou televisão.

No entanto, tenho que confessar que fico um pouco preocupado quando, das poucas vezes a que assisto aos noticários televisivos, reparo que mais de metade desse tempo de antena é efectivamente dedicado ao Futebol.

Bem sei que o desporto até serve de escape para as frustrações do "povo", e que na impossibilidade de haver guerras de semana a semana, é preciso manter o pessoal entretido... e é o Futebol que o faz na nossa sociedade.

Mas seria talvez bom pensar um pouco se - na altura de "crise" que tanto ocupa as páginas dos jornais - não haveria coisas mais importantes a discutir?

Ontem deixei-vos aqui um relato sobre o que se passou na Islândia, um País que não foi na cantiga de que não há responsabilidades e "bateu o pé" a todos os que abusaram e meteram o País no buraco.

Infelizmente, por cá o buraco vai ficando cada vez mais fundo, e tudo continua a comportar-se como se não houvessem responsáveis. Pior ainda, a banca - que tanto chorou pelo apoio do estado e que recebeu milhões do nosso dinheiro - dá agora uma punhalada nas costas, exigindo a intervenção da ajuda externa (quando há poucas semanas apenas, dizia que tal iria ter consequências negativas...)

Dinheiro... tudo à procura de (ainda mais) dinheiro!

Pelo meio, um ex-PM que continua a ter duas caras e a manipular a opinião pública nacional e mundial.

E o que me deixa mais triste ainda... nenhum partido capaz de quebrar este ciclo vicioso, que recorrentemente nos leva a buracos cada vez mais fundos.

A economia está a dar cabo das sociedades, tal como as sociedades estão a dar cabo do planeta. Chupam tudo quanto puderem, pouco se preocupando com quem vem a seguir - ou com o real interesse das populações.

Os partidos e os governos deveriam preocupar-se com o bem-estar do seu pais e do seu povo, acima de qualquer interesse pessoal - pelo contrário, temos políticos que apenas se preocupam em se "governar" a si próprios.

Como é possível admitir que tenhamos deputados que não exijam apurar responsabilidades? Como é possível não se demonstrarem indignados com as agências de rating, os bancos, e todos os outros abusos que diariamente temos que enfrentar? Porque não dão eles o corpo ao manifesto em defesa de todos nós?

Encontro apenas uma resposta possível: todos eles se sentem culpados da situação em que estamos ou, pior ainda, contribuiram directamente para estarmos onde estamos hoje.

Poderia exigir que se fizesse um referendo como se fez na Islândia... mas, com o tempo de Verão que temos vivido... imagino que os Portugueses prefeririam ir passar o dia na praia do que votarem para decidir o destino do país.

Em suma... temos apenas aquilo que merecemos. E é essa a triste verdade que nos espera...

... Até que haja vontade de mudar.

1 comentário:

  1. Podes crer e ainda ontem e noutro dizia algo que coincide com as tuas observações.

    Isto é muito preocupante, pois como Portugal não tem uma socio-economia que o fortaleça... vamos ter vários anos negros pela frente.
    E a culpa de tudo isto ter chegado onde chegou, que é de toda a cambada que desgovernou Portugal durante a última década, desde os politicos aos "interesses", aos compadrios e por aí fora... Uma coisa sabemos a culpa vai morrer sozinha e os punidos serão as vitimas... ainda mais!

    Ver mais nos artigos que referi:
    E ainda dizem que é ajuda...
    Balança desequilibrada...

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