Vivemos numa sociedade governada pela ganância.
Ontem, ao abrir uma carta do banco, onde me informavam (uma vez mais) que os juros tinham subido e que consequentemente a minha prestação iria subir também; dei comigo a pensar: que raio de sociedade esta, onde já nem nos "importamos" com a chulice a que somos sujeitos.
É que, ainda por cima, tenho sempre a sorte de levar com estas cartas sempre que consigo amortizar um bocadito mais o raio do empréstimo: amortizo para baixar a prestação, lá vem um aumento que volta a colocar a prestação quase no valor em que estava antes de ter amortizado... é desmoralizante.
(E nem quero pensar daqui a uns anos quando tiver que começar a pagar o IMI ou como raio se chama a "renda" que vamos pagar pelo privilégio de morar na nossa casa - aquela que já passamos uma vida inteira a pagar!)
Mas não me refiro unicamente à subida dos juros... vejamos...
Quando assinei o contrato com este banco, um dos factores decisivos - na altura - foi a de não ter penalizações por amortizações antecipadas.
Pois, bom tempo esse... o ano passado recebo uma carta a informar-me que as condições foram alteradas e que agora estava sujeito a uma taxa de X porcento.
Outro episódio:
Há muitos anos atrás, pouco depois de ter começado a trabalhar, resolvi fazer um plano de poupança qualquer. Dava para abater no IRS, desde que mantivesse o dinheiro lá durante 7 anos. Pois bem, durante os 2 primeiros anos, lá ia eu feito cromo, poupar tudo o que podia para ter esse mísero benefício...
No terceiro ano, novamente, alguém se lembrou de mudar as condições, e afinal já não dava para abater no IRS nem ter qualquer benefício... no entanto tive que continuar a esperar até ao fim dos 7 anos para poder levantar as poupanças.
Então, que raio de valor tem um contrato assinado se, quando "eles" muito bem entenderem podem alterar as condições? O seu valor real acaba por ser equivalente ao do papel higiénico, com a desvantagem de que nem para isso podem ser usados (o papel não é lá muito agradável ao toque.)
Faz-me lembrar o gozo constante dos alugueres dos contadores dos serviços básicos, que suspostamente deveriam terminar e que as empresas habilmente transferem para "taxas" ou outro nome qualquer.
Seria pedir muito, por uma sociedade que se preocupasse em ser justa? Onde estas mega corporações que têm centenas de milhões de euros de lucro por ano ganhassem "apenas" umas dezenas de milhões, e tratassem os clientes de outra forma?
Seria pedir muito onde, quando se assinasse um contracto, ambas as partes ficassem obrigadas a cumpri-lo; sem recear que uns meses depois, a parte "que tem o queijo e a faca na mão" começasse a abusar da sua posição para nos chular cada vez mais?
Infelizmente... parece que sim.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
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É realmente uma vergonha. Os contratos podem ser alterados pelas entidades como se nada fosse, mas se és tu que entras em incumprimento, caem-te em cima como cães.
ResponderEliminarPor exemplo, eu questiono que raio de contrato tenho actualmente com a TV CABO. Os canais a que aderi inicialmente ou não existem ou estão agora exclusivos do pacote Funtastic Life. E na internet o pacote que eu aderi já nem existe!
Se na internet ainda lucrei com as mudanças, no caso da TV só fiquei a perder.
Mas queres uma boa. Quando pedi o meu empréstimo o banco impingiu-me 1001 serviços que eu não queria, mas que eles davam como sendo essenciais para que eu pudesse desfrutar das condições oferecidas.
Sabendo eu que 1 mês depois iria entrar uma lei que acabaria com essas situações, aceitei muita coisa que não queria com a ideia de acabar com ela depois, o que efectivamente vim a fazer.
Mas uma das coisas impingidas foi um raio de um cartão de crédito com umas caracteristicas demasiadamente estranhas para o meu gosto e que naturalmente nem sequer cheguei a activar.
A realidade é que antes de o ir devolver por não me poder ser impingido recebi dezenas de chamadas da linha do banco a perguntar o porque de não activar, ao que eu referi que não activava porque iria devolver o cartão. A activação, segundo eles, teria de ser feita pelo próprio e através de uma chamada para um número especifico. Mas eu sempre disse que não o activava, não o iria activar e que não me chateassem mais pois não iria ligar para esse numero.
1 mês depois entreguei o cartão no balcão do banco de forma a cancelar o mesmo. Foi-me dito que ele iria ser cancelado (o que é lógico dado que já nem sequer o tinha na minha posse).
No entanto, uns meses depois recebo uma carta a dizer que milagrosamente o meu cartão havia sido activado. As medidas de segurança em que o próprio teria de ligar para um determinado numero para responder a questões privadas que o confirmassem como o real titular do cartão pelos vistos havia desaparecido.
Dirigi-me ao banco para saber como é que um cartão que eu não possuia e que havia entregue tinha sido activado milagrosamente. Pediram desculpa, pois tinha sido um lapso!
A verdade é que por diversas vezes depois disso verifiquei que havia referencias ao cartão nos extractos que me mandavam. Perguntei ao banco o que se passava e mais uma vez pediram desculpa. O cartão por engano ainda se encontrava activo (recordo que nunca o activei), mas que não me preocupasse que desta vez o iriam cancelar.
Um ano depois recebo uma carta para pagar a anuidade do cartão que eu não pedi, não activei, não possuo e cancelei pelo menos 3 vezes durante o ano. O direito saiu-me da conta, foi-me pedido desculpa e prometido que o devolveriam, mas até ao momento o raio do cartão continua activo.
Estou a ponderar uma queixa ao banco de portugal.
Acho que este assunto dava para criar um site só com este género de relatos.
ResponderEliminarPor alguma coisa depois podem dar-se ao luxo de pagar prémios anuais aos directos, de milhões de euros!
É roubar umas dezenas de euros aqui, uma centena de euros ali... e pimba.
à conta do pessoal que anda distraído e não liga aos extractos que recebem todos os meses, andam essas empresas a enriquecer... como já falei aqui da tvcabo a cobrar mais uns cêntimos... e se uma pessoa não se queixa, já era! o_0
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