sexta-feira, 17 de outubro de 2014

O Ebola e o perigo do contágio... na internet


Quando se pensa que a sociedade já não precisa ter receios infundados e tem toda a informação de que precisa à distância de um clique na Internet, eis que o Ébola vem confirmar que nem todo o acesso à informação serve para compensar o pânico e o medo de algo desconhecido - ou "meio-conhecido".

Anda tudo em pânico com o Ébola, ao ponto de evitar que aviões aterrem; ou que se critique o facto de mesmo países como os EUA terem apenas umas dezenas de camas disponíveis para lidar com casos deste tipo. E quando surge na internet uma foto de um grupo de médicos em fatos completos a lidar com um paciente com Ebola, acompanhados por uma pessoa sem qualquer fato de protecção e que por lá parece andar a passear... entra tudo em modo de estupidez colectiva.

Rapidamente as redes sociais (e algumas fontes noticiosas) se insurgiram contra este misterioso indivíduo, dizendo que tinha sido uma grave violação dos protocolos para evitar o contágio. Mas a verdade é que este senhor estava lá a fazer o seu trabalho. E qual era esse trabalho?

Por muito bonito que estes fatos possam parecer nos filmes e séries; na vida real quem está dentro de um tem uma visão bastante reduzida do que o rodeia, e não tem qualquer percepção de onde o seu fato poderá estar a tocar. O trabalho daquele senhor que lá anda a "passear" é efectivamente estar atento a tudo o que os restantes médicos fazem, para garantir que todos os protocolos estão a ser cumpridos e evitar que qualquer um deles possa inadvertidamente fazer algo que não seria suposto.

Portanto... antes de crucificarem alguém na internet por estar a fazer algo que não se percebe... talvez seja melhor darem-lhe o benefício da dúvida. E em vez de se fecharem em casa com medo do Ebola, talvez importe relembrar que o virus apenas se transmite por contacto directo com fluidos corporais de alguém infectado. A não ser que tenham por hábito regular andar a chafurdar em fluidos corporais de toda e qualquer pessoa que vos apareça pela frente e que possa ter estado num dos países onde o Ebola tem atacado em força, será melhor preocuparem-se com coisas como a possibilidade de ser atropelado ao atravessar a estrada numa passadeira, ou de tropeçar num tapete em casa e partirem a cabeça.

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