sábado, 13 de outubro de 2012

Volta Dízimo, Estás Perdoado

Não, não vou falar das alterações ao IRS, e demais taxas, sobretaxas, e coisas especiais com nomes esquisitos que puderem inventar para justificarem o "roubo" por palavras bonitas e socialmente aceitáveis.

Isso é algo que já pesará suficientemente na carteira de todos nós, e que nem valerá a pena relembrar.

Não vou também falar de religião (ufa!), podem ficar descansados.


Mas o que é certo é que não posso deixar de atirar para o ar algumas ideias que poderiam muito bem ser repensadas. Tempos houve em que a Igreja (e refiro-me a "Igreja" enquanto instituição "empresarial", e não como congregação de fé), sobreviva à custa do dízimo dos seus praticantes. Ou seja, 10% dos seus rendimentos, revertiam a seu favor.

(Compare-se com o escalão máximo do nosso IRS, que com as tais sobretaxas já ultrapassa os 50%)

Ora, e se por uns momentos atirássemos todos os impostos que temos, ao ar (já sei que me virão dizer que é demasiado simplista e tal, e que não pode ser) e voltassemos a um conceito de cada um pagar apenas estes tais 10% para sustentar a máquina do estado que supostamente deveria olhar por nós todos?

Se cada pessoa pagasse 10% de impostos dos seus rendimentos, isso significaria que um grupo de 10 pessoas poderia pagar um ordenado médio de todos eles a uma outra pessoa, para que esta pudesse trabalhar a tempo inteiro "a seu favor". E nesse grupo de 10 "responsáveis", poderiam agrupar-se novamente em grupos de 10, e assim sucessivamente, em "pirâmide" até ao topo.

Ficariam arrumadas as questões dos vencimentos de todos estes "funcionários públicos" (e se me disserem que 1 pessoa a tempo inteiro não podeia tratar dos assuntos de outras 10... estamos mal).

O restante financiamento do estado poderia provir de impostos directos sobre o consumo como o IVA, onde quem mais consome também mais paga; e é "simples e eficaz".


Mas acima de tudo, passaria a haver responsabilização directa de cada um dos membros da hierarquia perante os 10 constituintes no nível imediatamente abaixo.

Ok... se calhar não faz sentido nenhum. Mas olhando para uma sociedade que considera normal que seja tributado mais de 50% dos rendimentos de qualquer pessoa... é algo que me dá a volta à barriga (embora a mim nem me afecte directamente, pois não tenho rendimento para bater nesses escalões.)

6 comentários:

  1. 50% de escalão de IRS não dá 50% de taxa dá menos, mais uma vez estás a falar de assuntos que não conheces. E como te expliquei uma vez o IRS é escalável porque serve uma função de redistribuição de riqueza.

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    1. Nuno, tambem nao me tenhas assim em tão baixa consideração. Eu sei que os escalões são "escaláveis", e o que os tais 48%+4%+2.5% apenas se aplicam aos valores acima dos 80k€ ou lá que é. Mas... Se tiveres um rendimento de 10 milhões, faz as contas e diz-me se nao estas a pagar mais de 50% de impostos logo à partida.


      Se até tens N especialistas, e o FMI, preocupados com a carga excessiva... penso que será legitimo colocar todas estas interrogações e mais ainda.

      Mesmo s escalões mais baixos, a carga fiscal praticamente *duplica*

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  2. 10 milhoẽs é esse o teu exemplo !!!! :P

    Numa economia dinâmica a tua ideia não é inexequível, então se o emprego é instável, além de que vivemos em especialização e em mercado aberto...., esses modelos funcionavam no feudalismo em mercado aberto não.

    O que tu queres como todos queremos é ver os nosso impostos bem aplicado mas a culpa é nossa que não nos metemos em partidos mesmo os do poder (é por dentro que o mal se combate), votamos nos presidentes que roubam mas fazem estrdas (e deixam câmaras na falência), etc

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    1. Um dia vou cravar-te um guest post onde nos expliques a necessidade da economia ser "complicada". ;)

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    2. Bem então primeira bomba, deteste Macro economia :D gosto mais de micro.

      Segunda bomba, Economia é complicado porque estuda o comportamento Humano e o Homem e pá é um gajo complicado. Ainda não chegamos ao comunismo do Star Trek era tudo mais fácil (só possível porque não existe escassez de produtos)

      Terceira bomba uma das premissas da economia diz o seguinte "o consumidor é inteligente". Por estas e por outras que nunca gostei de Economia, mas dá muito jeito entender os seus fundamentos porque numa empresa é importante perceber o meio ambiente externo para melhor se poder estabelecer estratégias.

      Felizmente que começa a aparecer uma nova corrente de pensamento económico que não é nem a de Adam Smith (que detesto e nos pôs no estado em que estamos) nem a Keynesysna (menos mal) Existe uma nova corrente que se chama Economia comportamental que ainda não ganhei coragem de estudar :P

      Referências:

      http://en.wikipedia.org/wiki/Behavioral_economics
      http://www.brasilescola.com/politica/liberalismo-x-keynesianismo.htm

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  3. Permita-me discordar das contas quando se refere "Se cada pessoa pagasse 10% de impostos dos seus rendimentos, isso significaria que um grupo de 10 pessoas poderia pagar um ordenado médio de todos eles a uma outra pessoa, para que esta pudesse trabalhar a tempo inteiro "a seu favor". E nesse grupo de 10 "responsáveis", poderiam agrupar-se novamente em grupos de 10, e assim sucessivamente, em "pirâmide" até ao topo."
    Bastam grupos de 9 pessoas para que todos ficassem iguais, senão o beneficiado ficaria com 100% e 10 pessoas ficavam a 90%. Assim, com 9 pessoas, todos (incluído o beneficiado) ficam com 90% do salário médio.

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