sexta-feira, 24 de julho de 2009

Aprender a Conduzir

Perante a enorme quantidade de "assassinos" ao volante com que me cruzo diariamente - e atenção que não pretendo ofender nenhum condutor que ocasionalmente cometa um erro; isso todos estamos sujeitos a fazer, e apenas podemos tentar minimizar as consequências e pedir desculpa pelo que fizemos. Refiro-me sim àqueles condutores que, dia após dia, demonstram que terem tirado a carta foi um dos piores erros que podiam ter feito.
Muitas das vezes essas pessoas "assassinas" levam os seus próprios filhos no automóvel, deixando-me a imaginar que tipo de educação lhes estarão a transmitir quando desrespeitam tudo e todos, sendo reis e senhores da estrada!

Daí que, comecei a pensar de que forma os exames de conduçao estão desajustados da realidade.

Não sei que alterações terão havido desde os "idos" tempos em que tirei a carta de condução; mas acho que as coisas que vou sugerir a seguir ainda não são ainda usadas por cá.

  1. Os alunos deviam ter oportunidade de experimentar um automóvel nos seus limites;
    Ou seja, deviam poder sentir "na pele" o que é uma aceleração a fundo, em piso seco e molhado; e uma travagem a fundo, em iguais circunstâncias.

  2. Deviam ter uma melhor percepção do espaço que um automóvel demora a parar aquando de uma travagem de emergência a várias velocidades.
    A minha sugestão: conduzir a uma velocidade estável, de 40Km/h, e fazer uma travagem de emergência ao passar um sinal.
    Depois disso, sair do carro e percorrer a pé a distância que os separa do sinal que marcou o início da travagem.
    De seguida, marcar o sítio onde o carro se imobilizou, e repetir o processo, desta vez a velocidade superior, por exemplo 80Km/h e 120Km/h.

    (Isto seria perfeitamente esclarecedor de algo que a grande maioria não faz ideia; de dentro do carro tudo parece ser "rápido" e "instântaneo"... Daí que era bom que saissem e vissem a coisa pela perspectiva de quem está de fora.)

  3. Num percurso pré-determinado, deveria ser pedido aos alunos que completassem o circuito da forma mais rápida possível, monitorizando os tempos e consumos. De seguida, repetir o teste da forma mais "suave" possível; e da forma mais lenta possível; para que tivessem uma ideia de como o estilo de condução afecta os consumos.

  4. Por último, para todos aqueles que pensam que as vias públicas são os seus circuitos privados de velocidade; deveria todos ter a oportunidade de dar uma volta a um circuito ao lado de um condutor profissional.
    Muitas vezes as pessoas procuram aquilo que não conhecem... têm o sonho da velocidade... Se lhes pudéssemos mostrar que tal isso é, com as devidas condições de segurança, talvez os ajudasse a ter mais consciência de que não o devem fazer "cá fora."


Tendo dito isto, não teria nada contra penas exemplares para as verdadeiras e graves infracções de trânsito. Apenas convinha que a fiscalização efectivamente funcionasse a tempo inteiro, em vez de andarem à caça de multas de forma furtiva, muitas vezes à custa de sinalização ridícula ou desajustada.


E quanto a conduzirem sob efeito de drogas ou estupefacientes... há algumas campanhas engraçadas que nos chegam da Austrália:

7 comentários:

  1. Uma sugestão a acrescentar: a carta de condução devia de ser obrigatória a sua revalidação a cada dez anos.
    Tirei uma nova categoria faz pouco tempo e fiquei realmente surpreendido com as alterações que o código da estradas teve neste anos, bem como não faz mal nenhum relembrar algumas regras elementares de civismo. E sou mesmo a favor do exame teórico + prático!
    Olha: era uma forma de (indirectamente) fomentar o mercado agonizante das escolas de condução, e de retirar algumas "cartas encomendadas" da via pública!

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  2. Houvessem condições "em condições" e até nem me importava que isso fosse feito a cada 5 anos.

    Mas mais que as provas de condução, deveria haver uma compoenente de análise psicológica para saber se essa pessoa estaria habilitada a conduzir.

    Se o fazem para várias profissões, porque não fazê-lo para algo potencialmente tão mortal como um veículo automóvel?
    Para todos os efeitos, poderia equiparar-se a uma "arma".

    O problema no entanto seria sempre o mesmo... tal como agora há "inspectores" que passam gente sem qualquer habilitação; como garantir que nessas revalidações o fariam correctamente?

    É complicado confiar num sistema que ao longo dos tempos se mostrou incapaz de ser confiável.

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  3. @karl partilho dessa opiniao tb. de 10 em 10 ou 15 anos!

    @carlos o ponto 1 e ~2 são feitos em cursos privados (e bem pagos) de conduçao defensiva.

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  4. Bem, como eu sou ilheu, sei que devo ser um doido! Eu costumo praticar sozinho a minha condução. Já fui ensinado pelo meu velho que era um taxista e pelo instrutor na escola de condução que é um piloto de ralli. E aprendi muita coisa. Eu conduzo todos os dias, mas há dias quando estou sozinho num sitio isolado, faço algumas técnicas que o Carlos indicou. Seja no piso molhado, numa calçada, numa terra batida. É nestes exercicios sei o que é melhor para mim e para o meu carro quando surge um imprevisto.

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  5. É melhor haver algum controle do que não haver.
    Para os exames teóricos os inspectores não têm intervenção. São feitos em computador e por ecrã táctil. Para as provas práticas, embora haja uma real interferência do inspector, porque não incluir dispositivos de gravação na prova (vídeo e assim)? Serve de prova documental a anexar ao processo e permite ao aluno se necessário contestar os resultados.
    Não há aqui questões de privacidade relevantes. Só concebo que quem tenha algo a esconder seja contra isto.
    E daqui nasce outra ideia: fomentar a tecnologia nacional na criação de um "kit" tipo "caixa negra" para automóveis. Seria obrigatório para estes carros (profissionais, à semelhança dos aviões) e podia ser adquirido voluntariamente para quem quisesse equipar o seu próprio carro.

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  6. Caixa negra para um automóvel? Existe vários tipos de acidentes todos os dias e achas que a caixa negra tinha capacidade para gravar todos os movimentos de um carro? Só se fosse uma caixa negra para os infactores que estejam marcados. Tipo uma pulseira electrónica já que o governo portugues gosta do dispostivo.

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  7. @António

    Não era assim tão complicada de fazer. Basicamente, um receptor GPS com acelerometros, que guardasse os últimos minutos (ou horas).

    Permitiria ver a velocidade a que o carro seguia, a trajectoria, e analisar se estava a infringir ou não.

    (Existem até outros módulos, que gravam vídeo também, que condutores utilizam para se precaverem de eventuais "problemas", tal como a polícia faz nos EUA.)

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