Uma assinatura num acto de boa vontade transformou por completo a vida de Mohammed Aisha, um marinheiro sírio que acabou por passar 4 anos "preso" num navio.
Em 2017, o gigantesco navio porta-contentores MV Aman foi apreendido no Egipto por não ter os certificados de segurança. Seria algo que, tradicionalmente, seria resolvido rapidamente - mas que neste caso, por falta de dinheiro por parte dos donos do navio e de quem o tinha alugado, se tornou numa grande aventura. Mohammed Aisha foi designado como fiel depositário do navio e, inicialmente, pensava que estaria tudo bem. Só mais tarde veio a descobrir que segundo a lei egípcia, estava obrigado a permanecer no navio até que a situação fosse resolvida.
Uma tarefa complicada num navio sem combustível, e portanto sem energia. A coisa só melhorou em 2020, quando uma tempestade arrastou o navio e o fez encalhar a poucas centenas de metros da costa - algo que, apesar do susto, acabou por permitir que ele nadasse até terra para comprar comida e recarregar o telemóvel - sendo que até aí o único contacto que tinha era com as visitas ocasionais das autoridades egípcias, para garantir que se encontrava a bordo.
Quando contactados, os donos disseram que tentaram resolver o problema mas que não encontravam ninguém para tomar o seu lugar, e que o problema tinha sido causado por ele - dizendo que ele não deveria ter assinado o documento para se tornar no guardião do navio.
Após quatro desesperantes anos, Mohammed conseguiu por fim livrar-se da sua prisão flutuante, e seguramente nunca mais irá assinar nada na vida sem analisar muito bem aquilo em que se estará a meter.
sexta-feira, 30 de abril de 2021
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