Para começar um novo ano nada como um tema altamente interessante e com que todos - de uma forma ou de outra - se poderão relacionar: porque motivo se tem como referência um horário de trabalho de 40h semanais?
E a resposta (se pudermos acreditar neste relato) é surpreendente. A origem das 40h de trabalho semanal não estão em nenhum estudo científico para maximizar a eficiência nem qualquer outra coisa do género - nem sequer tem em conta a questão (bem real) de que há pessoas que são mais produtivas durante a manhã e outras durante a tarde/noite.
Durante a Revolução Industrial, as fábricas e as máquinas tinham que trabalhar o máximo de tempo possível, e eram comuns os horários de 10-16h de trabalho... diário!
Mas nos anos 20, Henry Ford, que não poderemos deixar de considerar um visionário pela forma como revolucionou a Indústria (e também o horário laboral, como verão a seguir), decidiu alterar os horários dos seus empregados, passando de uma semana com 6 dias de trabalho e 48h semanais para apenas 5 dias de trabalho e 40h semanais.
E o motivo pelo qual o fez? Porque, segundo as suas palavras:
O tempo livre é um ingrediente indispensável num mercado de consumo porque os trabalhadores precisam de ter tempo livre para encontrar utilidade nesses produtos de consumo, incluindo os automóveis.
Ou seja... trabalhar menos para ter mais tempo para comprar coisas e dar-lhes uso (pois... imaginem lá se comprariam tudo aquilo que têm em casa se apenas fossem a casa para dormir e regressar ao trabalho, e nem sequer tivessem fins-de-semana onde se justificasse pegar no carro para "ir dar uma voltinha"?)
Portanto... se calhar a solução para a crise passa tão somente por actualizar esta mesma perspectiva para a época actual, e numa altura em que se assiste a tanto desemprego, porque não considerar uma semana de trabalho de apenas 4 (ou até 3) dias úteis, que permitiria que mais pessoas pudessem ter mais tempo livre para gastar o seu dinheiro e fazer mexer a economia?
Afinal, com a automação e informatização de muitos serviços... arriscamo-nos a que eventualmente até só se trabalhe um dia... ou que o conceito de "trabalho" passe a ser algo completamente diferente daquele que é hoje.
Carlos, é exactamente isso que se deve fazer em alturas de desemprego e daí que tirar feriados é contraproducente mas os iluminados que lá estão agora, não sei em que escola andaram!!!!
ResponderEliminar