sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Casamento Homossexual em Portugal


Eu juro que tentei manter-me afastado desta questão (mais por falta de tempo para escrever sobre ela do que outra coisa) mas... parece que não tenho outro remédio senão colocar os dedos no teclado e escrever o que virá a seguir.

Um dos temas do momento em Portugal (ou deverei dizer o *único* tema de que se fala ultimamente?) é a decisão que paira sobre a autorização (ou não) do casamento entre pessoas do mesmo sexo - ou seja, entre homossexuais.

Não tenho dúvidas que todos o saibam, mas para evitar confusões vou dizê-lo: atenção que homossexuais não engloba apenas "homens que gostam de homens"... mas sim pessoas do mesmo sexo. Ou seja, trata de homens e mulheres. Dá-se apenas o caso de serem pessoas que têm preferências sexuais por pessoas do mesmo sexo.

Para muitos isso poderá ser considerado uma doença ou acto contra-natura... eu vejo-o simplesmente como uma opção ou predisposição (ou até como "cultura" se fossemos a considerar os casos como os impérios grego ou romanos - ou outros - onde a cultura sexual era bem diferente da actual... mas isso é outro assunto.)

Quanto ao assunto na actualidade, o que tenho a dizer resume-se a tudo menos ao cerne da questão:

Para mim, o casamento enquanto "contrato" entre duas pessoas deveria ser tratado tal como qualquer outra sociedade ou empreendimento. Logo, aberto a todos os que assim o desejarem, com os benefícios (se é que os há realmente!) que daí decorram, tal como todos os direitos e também obrigações.

O que me chateia é todo o alarido que se faz em torno disso... Das conotações religiosas da celebração do casamento, às obrigações de voto impostas por partidos ditos democráticos!

Quanto aos aspectos religiosos, cada um é livre de acreditar/crer no que quiser, e lá por concordar ou não com alguma coisa não é motivo para impedir que as restantes pessoas possam pensar/agir de forma diferente de acordo com os seus próprios ideais e/ou diferentes religiões.

Agora... quanto aos aspectos partidários... chateia-me ver que novamente se fale em imposição e disciplina de voto. Isso só poderá ser explicado por uma única coisa: os próprios partidos sabem que não representam a população do seu país. Se a população estivesse realmente bem representada, seria um "retrato fiel" da vontade dos portugueses - não o sendo, é necessário fazer prevalecer a vontade "do partido" sobre a vontade dos membros. De qualquer das maneiras... não concordo. É tentar resolver um "mal", com outro "mal". E como todos sabem, dois males não equivalem a um "bem".

... e mesmo em cima da hora, fiquei a saber que o casamento homosexual acabou se ser aprovado.

Portanto, espero que esteja o assunto encerrado, e se comecem a discutir aspectos bem mais importantes sobre a governação do nosso País.

3 comentários:

  1. Ora aí está tudo dito não é preciso acrescentar nada

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  2. Faltou aí os multiplos casamentos, entre 3 ou mais participantes! Porque a relação deveria ser de apenas 2? Isto tb é uma forma de preconceito contra os swingers, menages e alli! Inconcebível que em pleno século XXI ainda tenhamos tanta "marola" por conta da decisão de duas ou mais pessoas de passarem a vida juntas de forma amorosa e pacífica! Acho que os políticos deveriam era trabalhar e se meter menos na vida PARTICULAR de cada um!

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  3. @Rogério
    É tudo de uma hiprocrisia descabida... E isso vê-se sempre que arrebenta um escândalo sexual, que mostra que esta gente supostamente "puritana" é afinal uma cambada de tarados iguais (ou piores!!!) que aqueles que tanto recriminaram publicamente.

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