Recentemente tem-se assistido na internet a idiotices que não se compreendem.
Mas antes de me alongar, vou só contar uma pequena história de ficção para verem a idiotice da coisa e depois poderem comparar:
Num planeta muito distante (que não tem nada a ver com o da guerra das estrelas), a biologia e a sociedade haviam evoluído para algo muito semelhante ao que temos no nosso querido Planeta Terra.
Ora, tal como na Terra, nos períodos de Verão as pessoas dirigiam-se aos milhares (e porque não, milhões) para as praias. Alguns levavam as suas toalhas com as quais se expunham ao sol, e outros, procurando um pouco mais de luxo e conforto dirigiam-se aos banheiros locais onde alugavam uma pequena cadeira e um guarda-sol - ou até mesmo uma barraca - para se protegerem do sol.
Mas um dia, os banheiros pensaram: "E que tal se, ao abrir a época de praia, tornássemos a praia exclusiva aos compradores dos nossos produtos?"
Assim, e aceitando que as implicações legais que seriam necessárias a tal estavam reunidas (sim, porque neste exemplo a coisa seria complicada), os banheiros conseguiram a sua exclusividade.
Situação estúpida não? Pessoas a fazer dinheiro com um bem público! Na realidade eles não estão a oferecer nada a quem compra os seus produtos que já não tivesse direito anteriormente, e de graça. Na realidade o que está a ser feito é apenas privar os outros de algo que deveria ser seu de direito e gratuitamente.
Claro que se falássemos com os compradores habituais e anuais das cadeiras, guarda-sóis, e barracas ele diriam: "Ah, é uma boa medida que não me afecta nada, de modo que limito-me a desfrutar. Sempre aluguei o produto e tenho acesso à praia, de modo que me limito a usufruir."
Este é naturalmente um raciocínio estúpido. Para além de não receber nada a que já não tivesse direito, esta situação está a criar um precedente. E se um dia os vendedores de gelados, de batatas fritas e de bolos, assim como os proprietários das esplanadas decidissem o mesmo? Será que estas pessoas iriam comprar gelados, batatas fritas e outros também? Ou iriam juntar-se à lista de pessoas que foram privadas dos seus direitos?
Pois bem, na internet está a suceder a mesma coisa. Existe um serviço que supostamente presta aos seus clientes downloads mais rápidos de coisas que existem gratuitamente na internet, o FILEPLANET. Até ai nada de extraordinário, pois só adere quem quiser, e quem achar que o serviço não vale a pena, desiste.
A questão é que o FilePlanet começou a obter exclusivos de versões de demonstração de jogos de computador (mais concretamente a demonstração multiplayer do jogo Crysis que nunca foi divulgada ao público em geral, e da versão single player que foi seu exclusivo por 24h).
Tal atitude é de uma idiotice tremenda. As versões de demonstração são feitas para que as pessoas possam avaliar e decidir sobre uma eventual compra do produto final. Não se tratam de jogos completos ou algo do género, mas sim versões limitadas e extremamente reduzidas que apenas dão uma ideia do jogo e mostram que tal o sistema da pessoa se desenrasca a correr o mesmo.
Para além da estupidez dos produtores do jogo que acabam por privar os seus futuros clientes de testar a sua demo, o FilePlanet não está efectivamente a oferecer nada aos seus membros. Na realidade tudo o que faz é privar terceiros a um bem que deveria ser público, como é o caso de uma demo.
Por isso, o pedido aos utilizadores pagantes do FilePlanet, NÃO SAQUEM AS DEMOS EXCLUSIVAS. Ao fazer isso estão a abrir um precedente, e no futuro, outros serviços do género, os quais vocês não subscrevem podem obter exclusivos também. E desta forma ninguém acaba por ganhar nada com isso, sendo que todos perderemos o acesso às versões de demonstração.
Demonstrações privadas são uma estupidez. Em casos futuros, dado que os produtores não mostraram respeito pelo cliente final, eu também não mostrarei respeito por eles: se o jogo estiver na minha lista de compras, será removido.
[Nota do Editor: Dou as boas vindas ao Mário, e é caso para dizer... isto é coisa do Demo! :) ]
sábado, 3 de novembro de 2007
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