As notícias de hoje são a de que se vai passar a fazer racionamento no tipo de tratamento que se presta aos doentes, tendo em conta o "custo" e o "benefício".
É uma medida que parecerá um pouco assustadora, e que dá azo a inúmeros potenciais abusos que facilmente se podem imaginar; mas... que na realidade irá trazer para o centro da discussão aquilo que há muito deveria ter sido discutido.
Independentemente do dito "custo", será que realmente faz sentido que se apliquem tratamentos milionários a uma pessoa de 90 anos, para que possa sobreviver (muitas vezes, sabe-se lá em que condições!) por mais alguns meses? Fará sentido prolongar o seu sofrimento, e os das suas famílias, por todo o tempo que a medicina moderna o permitir, adiando apenas o inevitável?
Não me parece assim tão descabido encarar a morte como parte do processo natural da vida, e que a partir de um certo momento deixará de fazer sentido desperdiçar recursos imensos para "remar contra a maré" apenas para prolongar essa vida por mais 1 mês, 1 semana, ou 1 dia...
A grande questão que se coloca será garantir que tais decisões são feitas com real consciência humanitária, caso a caso, e não ditadas por interesses económicos. Porque se chegarmos a esse ponto, então mais vale começarem a carimbar-nos com um prazo de validade na testa desde o momento em que nascemos, e fica o assunto encerrado!
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
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