terça-feira, 21 de setembro de 2010

Novas Oportunidades a Toda a Velocidade

Não tenho nada contra o programa Novas Oportunidades, que dá a oportunidade a muitos Portugueses de se cultivarem e aprenderem aquilo que não tiveram oportunidade.

No entanto, como em quase todas as boas ideias, nem sempre é implementada da melhor forma, e não invalida que haja quem use e abuse do sistema - ou simplesmente quem se esteja a borrifar para isso.

Não será o caso de Tomás Barcelos, de 23 anos - o melhor aluno a entrar na Universidade este ano, com 20 valores.

O mais caricato é que Tomás nem sequer terminou o ensino secundário, já que Tomás não conseguia passar a Matemática e acabou por desistir.

Agora, graças às Novas Oportunidades, "uma pessoa que só tem o 7.º ano pode fazer o 9.º em seis meses e a seguir, em ano e meio, consegue tirar o 12.º. Se tiver sorte, pode passar à frente [no acesso à universidade] e tirar o lugar às pessoas que fizeram esse esforço..."

... Depois digam aos nossos estudantes que têm que se aplicar, quando mesmo ali ao lado lhes oferecem um caminho mais fácil!

2 comentários:

  1. O problema desta situação é que a Universidade de Aveiro pouco se esteve a marimbar a verificar casos como este, tal como a escola secundária ou estabelecimento onde o rapaz se inscreveu para fazer o exame… Não é por acaso que os centros de novas oportunidades não dão uma nota, mas sim um critério de avaliação em que apenas diz Aprovado e Não Aprovado, o acesso à nota, ao valor, é restrito e apenas existe para casos de numeração.

    Também não é por acaso que quaisquer alunos que tenham obtido o 12º ano através destes cursos não se podem candidatar ao Ensino Superior pelo mesmo método que os outros alunos, porque além de não obterem essa média, não é possível requerer o exame nacional que será específico para entrar no ensino superior (o modo que ele usou para conseguir fazer esse exame é no mínimo curioso, porque ou foi por falha de conhecimento da escola onde ele se candidatou, ou foi mesmo porque ele não declarou a informação necessária, omitindo informações vitais para todo o processo).

    Um ponto chave é a parte em que referem que "de acordo com a lei, um aluno que queira aceder à universidade concorre apenas com as classificações que obtêm nos exames nacionais exigidos" o que não é assim que funciona. De acordo com a lei, um aluno que tenha percorrido um curso das novas oportunidades só poderá ingressar no Ensino Superior através de concursos especiais, como o caso do concurso de Maiores de 23 anos, que cada faculdade gere de acordo com os seus próprios patamares, de acordo com o instiuido pelo governo. Eu próprio vou dar início ao curso de Design de Comunicação na FBAUP e, só tenho a afirmar que tenho de declarar toda a informação necessária, além de pagar cerca de 120€ mais do que o acesso normal na faculdade (só 2 inscrições foram 55€, uma para me candidatar ao concurso maiores de 23 e a outra para me inscrever no acto de me poder matricular na faculdade).

    O programa de novas oportunidades, pelo que vejo na UP, funciona bastante bem. Temos de declarar muita coisa e as vagas existentes não superam o número de candidatos (muito pelo contrário), e essas vagas, segundo o que comparei com os números de anos anteriores, o que me informaram no início das inscrições, não são retiradas aos restantes alunos, mas sim são acrescentadas.

    Isto foi um puro caso de um loophole cheio de erros derivados a más informações e omissão de dados bastante importantes… No entanto creio que foi um bom acaso, porque espero sinceramente que acontecimentos destes não se repitam daqui em diante…

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  2. @ Protukun

    Obrigado pela informação andava sedento dela :)

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