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(e no Mundo)
domingo, 4 de outubro de 2015
Portugal vai a votos - mas falta um quadradinho no boletim
Hoje é dia de votar, e como sempre prevê-se que haja uma grande dose de abstenção (imagino que seria bem diferentes se votar pudesse ser feito a partir de casa, como os "likes" do Facebook - mas por agora, nem o nosso hiper-avançado cartão do cidadão para isso serve.)
Dito isto, confesso que fico extremamente assustado ao ver que o povo se mobiliza imediatamente para organizar uma caça aos burlões da VW com as suas emissões fraudulentas (e acho muito bem que o faça, e que a VW - e os responsáveis! - tenham penas exemplares!), mas por outro lado pareçam considerar perfeitamente normal que nenhum partido, independentemente do seu nome/cor/etc., tenha alguma vez cumprido com as suas promessas. Ou, pior ainda, já nem se sentir obrigado a justificá-las, limitando-se a atirar promessas para o ar durante a campanha, que todos com qualquer pingo de inteligência saberão que não podem ser cumpridas!
Claro que depois de se vencerem as eleições tudo muda. As "conjecturas" mudaram e já não permitem isso; descobrem-se novos "buracos" do (des)governo anterior; esquecem-se que alguns anos antes, eram eles que tinham estado à frente dos comandos do país e contribuíram para a situação; etc. etc. etc.
Enquanto isso, e enquanto esses políticos barafustam no parlamento para logo de seguida irem jantar juntos e combinarem aquele novo negócio com aquela multinacional que depois até lhes garantirá um lugar de consultor ou director, quando quiserem sair da política; os portugueses vêem a sua Europa prometida ser apenas uma miragem cada vez mais distante; e nem quererão fazer contas sobre como noutros países europeus os ordenados são 4 e 5 vezes superiores, e se calhar até pagam menos por aquelas coisas que se vão considerando essenciais (enquanto por cá, os manuais escolares que afinal deveriam dar para 6 anos, vão sendo trocados de ano a ano ($$$) e também se acha isso normal.
Votar é indispensável e é uma das principais formas que temos para influenciar o destino do país; mas confesso que fico profundamente triste por não ter um quadradinho extra que dissesse: "recuso-me a votar em qualquer um dos partidos indicados!" E que ao contrário dos votos em branco e nulos, contribuísse para ir deixando umas cadeiras vazias no parlamento. É que os políticos se parecem ter esquecido que ter uma cadeira lá não deveria ser um "direito adquirido" (mesmo quando metade dos portugueses nem vai votar), mas sim algo para o qual deveriam trabalhar e justificar que merecem, durante toda e cada hora de cada dia do seu mandato.
[foto via Twitter]
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