Portugal Sempre a Subtrair

Só a jeito de ficar para a posteridade:

Menos um salário para os privados, menos dois para os públicos... e a corda vai esticando e esticando, para ver quando é que arrebenta completamente (já que algumas das fibras, essas já foram e continuam a ir, uma por uma).

Surpresas?... Nenhuma. Quando não há dinheiro já se sabe onde é que se vai buscar: a quem trabalha. E quando o dinheiro diminui e o pessoal deixa de consumir, a táctica é simples, ir buscar às coisas que são obrigados a consumir (passar o IVA de alimentação e bens essenciais da taxa mínima para a média e/ou máxima).

Daí que, só quando o pessoal morrer à fome é que pode livrar-se mesmo deste espremedor.


Só acho ridículo que continuem a tentar fazer disto uma guerra entre partidos, como se uns fossem melhores ou piores que os outros. Como se a cada nova eleição os desvairos (e crimes!) cometidos fossem automaticamente apagados e esquecidos, e os seus responsáveis ilibados.

Cá fora, quando alguém se mete em dívidas que não pode pagar, tem que responder por elas. No governo e demais negociatas... por onde andam os responsáveis? Temos negócios como o Freeport, os submarinos, as PPP, e outros que tais, cujos intervenientes continuam a ser as pessoas mais idóneas e inocentes de que há memória - mesmo quando lá fora alguns desses casos já foram investigados, julgados, e já há responsáveis a ter que pagar pelos seus actos.

Isso sim, é o que me custa ver. Que por cá nunca há culpados, e que as coisas simplesmente "acontecem", como se fosse por desígnio divino.


O que é certo é que por coincidência ou não, hoje na rádio ouvia o relembrar do regícidio de 1908 - e dei por mim a pensar... será que a cambada de governantes que temos (independentemente da sua cor política ou boas/más intenções) está consciente que poderemos estar a aproximar-nos perigosamente de uma re-encenação real de tais eventos? Pessoas desesperadas não faltam por aí, e daí a um deles decidir que entre dar um tiro na cabeça para acabar com a sua miséria, ou escolher outra cabeça onde despejar as suas frustrações e desespero... é - como se costuma dizer - um tirinho!