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(e no Mundo)
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Empregos Obrigatórios para Burros
O sistema de ensino em Portugal vai servir novamente como recreio para que se testem as ideias que alguns eruditos e especialistas acham ser as melhores, e como tal nada como mudar novamente as regras do jogo a meio do campeonato (cada vez mais me dou por satisfeito por no meu tempo as coisas se passarem muito mais vagarosamente, e uma pessoa saber com o que podia contar...)
A ideia é simples: os alunos mais fracos vão ser obrigados (repito: obrigados) a seguirem um curso profissional - que tem um qualquer nome pomposo que agora não me recordo - e assim serem atirados para profissões como electricista, canalizador, talhante, agricultor, etc.
Em primeiro lugar, será de louvar a ideia de governo de com esta medida passar imediatamente um atestado de ignorância a estas profissões, que não só passarão a ser associadas a pessoas que não tiveram bons resultados nas escolas... como passarão também a servir de ameaça para os estudantes: "Tu estuda! Olha que se não estudares vais para agricultor/canalizador/etc.!"
Mais caricato será também ver a palhaçada das justificações para implementar isto, já que os responsáveis falam disto como sendo uma "alternativa", e que visa dar "igualdade" de oportunidades, a todos.
Ora... como se pode falar de "alternativa" quando se trata de uma medida *obrigatória* para os alunos que reprovarem?
E se é para dar igualdade de oportunidades... então porque não fazer com que *todos* os alunos, independentemente dos seus resultados, passem por tal experiência de pôr as "mãos na massa" e tomarem consciência desde logo com diversas profissões? Afinal... quanto licenciados e doutorados não estarão a esta hora a fazer isso mesmo, não conseguindo empregos nas áreas para as quais estudarem durante a sua vida, e agradecendo qualquer oportunidade em qualquer emprego que lhes permita não passar fome e poder pagar as dívidas ao final do mês.
Resta-nos talvez o consolo de saber que até Einstein foi um desastre na escola, e não foi por isso que deixou de ter o impacto que teve.
E por outro lado, segundo os exemplos que temos "de cima", também me parece lógico assumir que mais vale aprender uma profissão desde cedo, para depois uns anos mais tarde isso dar logo equivalência directa a um qualquer curso superior... como alguns ministros têm feito.
E agora... deixem-me lá ir estudar mais um pouco, senão ainda sou obrigado a ir trabalhar para o talho!
(Se fosse ministro, pensaria duas vezes antes de atirar alunos descontentes para profissões onde têm que lidar com grandes facalhões... é que não se sabe quando poderão sentir desejos de começar a praticar noutros tipos de "carcaças"...)
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